Guilhermo Santiago

São Bernardo dos Campos/SP
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Guilhermo Santiago

Responsável pela criação do inovador Método S.O.M., Santiago já beneficiou milhares de pessoas em seu crescimento profissional e pessoal, tanto no Brasil quanto no exterior.


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Deus e o radar


Seria muita pretensão começar esta reflexão explicando o Deus religioso ou o Deus filosófico. Prefiro deixar claro que cada um tem a sua convicção divina, incluindo os ateus, pois estes têm a crença de que não existe nada. O ponto de vista que quero abordar é puramente social e antropológico.

Vamos ao radar e uma situação hipotética: suponhamos que um indivíduo está dirigindo em uma rodovia cuja a velocidade máxima é de 100 km/h. Lembremos que para a definição da velocidade da via ocorreu uma pesquisa anterior de um engenheiro de tráfego a partir de testes no local, análise de perigos, inclinação da pista, qualidade do asfalto e ocorrência de acidentes, entre outros. Mas o indivíduo, por livre autonomia, resolveu dirigir a 120 km/h, pois em sua opinião a pista está em um ângulo adequado, o carro em perfeitas condições e sua pilotagem é excepcional.

No meio do trajeto existe um olho que me observa, ou melhor, que me vigia. À frente, lá está o radar. O motorista, ao avistar o radar, diminui rapidamente para a velocidade limite, os 100 km/h, que é a régua da sociedade local. O indivíduo se contrai. Mas no segundo seguinte, após passar o “olhar do vigilante”, ele retorna ao seu parâmetro e julgamento individual voltando a acelerar e atingir a velocidade de 120 km/h.

Naquele breve momento o radar teve a função de Deus, pois naquele instante impediu que ele ultrapassasse a velocidade limite, pelo menos por um breve momento. Acredito que Deus, a muitos anos atrás, teve essa função de vigiar a humanidade. Ele seria um “limitador do excesso”, o sobrenatural que me olha. Por ser onipresente, isto é, ele está em todo o lugar, me cuida e me vigia. Dessa forma, qualquer atitude ou na falta dela, terei de responder a alguém infinitamente maior que eu, e que pode me absolver ou condenar na maioria das vezes.

Será que preciso de uma câmera me vigiando para que não cometa um crime? Será que preciso de algo externo que me dê a métrica do que devo fazer ou não fazer? Referindo-me ao Deus social ou antropológico, preciso desta câmera que me vigie 24 horas?

Acredito e credito que Deus teve uma função importantíssima à civilização. Ele foi um marco regulatório que conduziu a minha existência até hoje, mas até que momento continuaremos a precisar de Deus? Porque não introjetamos o radar, isto é, levamos em consideração o que foi decidido por um especialista que também está preservando a minha vida?

Em meu estúdio, quando entramos para gravar no “aquário” está escrito entre os dois vidros em uma placa: “Ética é o que você faz quando está todo mundo olhando. O que você faz quando não tem ninguém por perto é Caráter”. Frase atribuída ao escritor Oscar Wilde e muito pertinente nesta reflexão.

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