Marcelo Copello

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Marcelo Copello

Marcelo Copello é um dos principais formadores de opinião da indústria do vinho no Brasil, com expressiva carreira internacional. Eleito (por votação entre profissionais do trade) “O MAIS INFLUENTE JORNALISTA DE VINHOS DO BRASIL” pela revista Meininger´s Wine Business International, a mais respeitada publicação mundial dedicada aos negócios do vinho, com circulação em 40 países. Eleito (por votação entre o público) “Personalidade do Vinho” 2011 e 2013 pelo site Enoeventos.


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Bandol - os Grand Crus da Provence
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Bandol - os Grand Crus da Provence


A Provence e Côte d´Azur têm sua produção de vinhos dominada pelos rosados, de consumo imediato, leves, frescos e descompromissados. A excessão está em Bandol, uma das mais antigas denominações de origem dos vinhos da França, que produz grandes tintos (outra excessão é a AOC Bellet, com ótimos tintos, próxima a Nice). Localizada junto ao mar, próxima a vila histórica de La Ciotat, onde está o primeiro cinema da história, Bandol é conhecida por seus potentes e longevos tintos, nos quais domina a casta Mourvèdre. Em recente viagem, a região a BACO visitou seus dois produtores de maior prestígio, verdadeiros Grand Crus privençais, a Domaine Tempier e o Château de Pibarnon. Outros nomes de que mercem atenção em Bandon são: Château Pradeaux, Domaine Bunan, Château de la Rouvière, Domaine de la Tour du Bon e Domaine de Terrebrune.

Domaine Tempier

Fundada em 1834, a Domaine Tempier (www.domainetempier.com - ainda sem representante no Brasil) tomou novos rumos quando Lucie Tempier se casou com Lucien Peyraud e recebeu de presentede seu pai esta propriedade. Lucie, mais comnhecida como Lulu é uma conhecida gastrônoma, com livros especializados na harmonização dos vinhos locais. Hoje aos 96 anos de idade ela se orgulha de não beber água... Lucien Peyraud é tido como o "pai de Bandol", pois foi ele quem definiu junto a I.N.A.O. (Institut National des Appellations d’Origines) as regras da A.O.C.Bandol, que viria a ser decretada em 1941.

Com a morte de Lucien em 1996 quem está à frente da Domaine é o talentoso enólogo Daniel Ravier, que nos recebeu na propriedade para uma extensa prova, incluindo diversas amostras de tonél e safras antigas (veja adiante).

O trabalho de Ravier é exemplar, desde os vinhedos. Os cerca de 40 hectares da empresa estão em terraços pedregosos, em forma de anfiteatro, próximos ao mar. Aqui quem reina são vinhas velhas, algumas de mais de 50 anos, da Mourvèdre, casta temperamental, que só rende bem em terroirs ensolarados e marítimos. Também estão plantadas Grenache, Cinsault, Carignan e Syrah, e as brancas Clairette, Ugni Blanc, Bourboulenc e Marsanne.

Segundo Ravier seus vinhedos são orgânicos e biodinâmicos, embora não busque certificação, pois quer mater sua liberdade. Fazem seleção massal (não usam clones) e as leverudas são nativas (só no rosé são selecionadas). Os tintos não amadurecem jamais em barricas, mas em grandes tonéis usados de 5 a 8 mil litros, por 18 a 20 meses. As jóias da família são 3 crus excepcionais, chamados de La Migoua, La Tourtine e Cabassaou. Todos de vinhedos únicos de ao menos 40 anos de idade, em solo ariglo-calcário, que variam em sua composição, altitude e corte de uvas (veja mais detalhes nas provas que se seguem):

Provas

Das amostras de tonel brilharam os crus da safra 2013, La Migoua, Cabassou e neste estágio inacabado, o que mais encantou foi o La Tourtine. No geral os vinhos tem todos um perfil rústico com taninos e acidez nervosos, cheios de personalidade.

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